Dônica é uma banda nacional de Rock Progressivo. Sim, é isso mesmo! Uma banda de Rock Progressivo nova em pleno anos 2000. A banda começou em 2011 com José Ibarra (Teclado e voz); Lucas Nunes (Guitarra); André Almeida (Bateria); Miguel Guimarães (Baixo); Tom Veloso (Composição e violão).
Não sei se repararam bem, mas o último nome citado tem um sobrenome de peso. Sim, Tom Veloso é filho de Caetano Veloso e a priori é apenas compositor da banda, pois ele não costuma se apresentar com a banda. Ele abriu uma exceção e tocou violão no show da banda no Rock In Rio do ano passado. Quer quiser ver a primeira música da apresentação do Rock In Rio, basta clicar nesse link.
Além do Rock In Rio, a banda também está selecionada para o Lolla 2016 e tocará no Sábado dia 12. Eu já conhecia o som da banda. Fui conhecer justamente que estava numa fase de ouvir produções do rock nacional alternativas, psicodélicas e progressivas. Então, escuta bastante o som deles, assim como o do Boogarins e da banda O Terno.
O som da banda é de altíssima qualidade. Para uma banda de adolescentes, iniciando a vida adulta agora; o som é deveras maduro, com nuances de delicadeza que não se vê nas bandas de hoje em dia. A harmonia, a letra casam de uma maneira surpreendente. É uma musicalidade pueril, jovial que sabe o peso por anda pisando. Pois o Rock Progressivo tem um público bastante aguçado e crítico, logo não é um dos mais fáceis de ser agradados.
Mas Dônica faz isso com uma leveza e suavidade que eles estão fazendo mais do que certo. Tocando o som deles, sem se importar com o que possa vir. A estrutura de algumas composições lembram bandas como Le Orme com seus vocais tranquilos e o Clube da Esquina.
É Oficial é a primeira canção do álbum e quem assina é Pretinho da Serra abre esse trabalho como um belo pontapé de início e transforma o que era sonho em realidade dentro de sua oficialidade. Casa 180 é uma belíssima canção não linear com ares de surrealismo que surge como uma ode aos ouvidos. Com um teclado marcante, presente e bem delineado a canção segue como uma viagem durantes seus 4 minutos e 15 segundos.
904 começa com uns batuques bem característicos africanos e vem com uma sutileza e tenracidade e com um clima bem praiano e versando sobre o mar. Bicho Burro junto com Casa 180 são as músicas que ganharam videoclipe. Logo a seguir, você poderá conferir o vídeo. Aproveitando a temática do clipe que se passa num carnaval, fica o meu apelo para você não ser Bicho Burro e repetir coisas que são feitas no clipe. Grande partes das coisas se aplicam para nós homens que não sabemos nos comportar em eventos assim e precisamos pensar nossas atitudes.
Especialmente com relação à mulheres. Não é não. Se a menina não quer ficar com você; vida que segue. Não fique barulhando elas, respeite todas elas; não puxem os cabelos. Acredito que um Olá seja muito mais interessante e saudável do que um puxão no cabelo. Vamos respeitar a folia de todo mundo. Esbarrou em alguém não custa pedir desculpas. Respeite a folia de todo mundo. Não se exceda e pense bem muito antes de fazer qualquer coisa no carnaval. Poderia escrever muitas mais linhas sobre isso, mas acredito que um pouco do recado está dado.
Voltando para o álbum; Pintor acredito que seja uma realização pessoal da banda ao ter a participação de nada mais, nada menos do que Milton Nascimento- uma das maiores inspirações musicais da banda- e com uma suavidade e com versos ralentados a canção te leva para outros lugares. Macaco No Caiaque é um música que possui um teclado bem mais progressivo do que as outras e conta as aventuras de um macaco alienígena que caí na sujeira que é a Terra e é socorrido por uma vaca em um caiaque.
Carrossel possui uma bela introdução de guitarra e com a voz de Ibarra a música vai adquirindo uma progressão de crescendo de vai dando mais tensão para a música que explode no verso "Felicidade era viver". Tal efeito é repetido na segunda estrofe da música e durante seis minutos a música de maneira cíclica como um carrossel te leva para rodar e viver. Porém assim como acontece em um carrossel, a velocidade pode ser aumentada.
Retorno Para Cotegipe parece ser uma daquelas canções sobre aqueles amores veraneios, donde se conhece alguém bacana, mas a pessoa vai ter que voltar para sua cidade natal e vocês nunca mais irão se ver. Tudo isso ao som de uma guitarra bem viajada. Praga é a nona canção da obra e com um teclado similar a um órgão e com uma letra que aparenta ser simples sobre uma praga. A música possui uma harmonia muito bem distribuída entre momentos mais pesados e leves.
Inverno é uma composição instrumental que uma pegada bem Jazz com um teclado excelentíssimo e com um quê de Mutantes antes da saída do "Tudo Foi Feito Pelo Sol" e durante 5 minutos e 36 segundos, você pode se deliciar com as diversas sessões rítmicas e as diversas quebras e com um solo de guitarra de tirar o fôlego dos/das amantes do virtuosismo.
Os 49 minutos do álbum se encerra com Assuntos Bons que em sua temática simples, como um bom papo com uma pessoa que você goste pode transformar um dia meio bosta em algo super bacana. Assim como é a sensação de se ouvir esse trabalho que afasta as coisas ruins e transforma tudo em bom e esplêndido.E o melhor jeito de terminar essa ode ao prazer efêmero, nada melhor do que uma percussão de um sambinha. Espero que gostem do som dos meninos. Até a próxima!
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