quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Florence + The Machine- Lungs (2009)


    Lungs é o primeiro álbum de Florence Welch em conjunto com Isabella Sumers, Tom Monger, Robert Ackroyd, Christopher Hayden, Mark Saunders e Rusty Bradshaw. Fora lançado em 2009. O disco se inicia com a música dela que mais fez sucesso e inclusive fora a música-tema do Telecine ao anunciar os filmes do mês.


   Dog Days Are Over é o nome dessa canção e vem para tirar toda a zika do mundo que você possa estar passando de um jeito alegre e dançante. Rabbit Heart vem com uma pegada oriental e uma bateria marcante e fala sobre uma oferenda para o Rei Midas- aquele que tudo transforma em ouro o que toca- para obter a graça.
    I'm Calling You A Liar (Just Don't Lie To Me) é sobre um término atribulado de uma pessoa que mente e sobre a vontade de voltar para essa pessoa mesmo sabendo que é uma péssima ideia e tudo isso ao som da bela voz de Florence que segura de si, conta-nos essa história.
   Howl inicia de uma maneira turbulenta e narra sobre uma noite de êxtase com direito a uivados durante a madrugada. Kiss With a Fist é uma canção sobre um amor violento que chega as vias de fato. O Eu Lírico diz que "um chute nos dentes pode ser bom para alguns, um beijo com o punho é melhor do que nenhum". É uma das músicas com mais pegada Rock'n'Roll do álbum.
    Girl With One Eye é uma das canções pelas quais Florence é conhecida por sua morbidez ao narrar que arrancou o olho de uma garota e que vai arrancar o coração dela se a fazer chorar. Por isso, ela deve dormir com um olho aberto. Drumming Song possui uma bateria bem interessante e rítmica e fala sobre o coração que bate tão alto que parece que pode ser escutado. Coração esse, que bate como uma bateria por uma pessoa especial.
    Between Two Lungs fala sobre o ar exalado pela pessoa que foi para entre os pulmões. Esse ar não pode ser mantido e fora lançado e parece ser o único fio de lembrança da pessoa. Florence tenta suavizar a tristeza ao fazer uma harmonia mais leve, mas sua voz exala decepção e tristeza. Cosmic Love fala sobre a espera de um amor dos céus e com nuances celestiais com uma harpa ao fundo.
    My Boy Builds Coffins é outra canção que Florence aflora o seu lado mórbido ao nos contar que seu namorado constrói caixões e que ele não faz isso apenas por trabalho, mas por prazer. Pois ele já fez um para ele, para ela e para você também. Mas a morbidez pouco é sentida com a voz calma e a harmonização de fundo.
    Hurricane Drunk é uma analogia para o furacão que acontece internamente ao vermos a pessoa que gostamos com outra. É uma mistura de decepção, tristeza, um turbilhão de pensamentos. É o que se pode fazer no momento é beber o seu drink e assistir àquela cena, encarando de frente e de cabeça erguida. Blinding é uma música arrastada que te leva pela batida e You've Got Love vem para levantar o astral e vem para fechar com chave de ouro esse álbum de estreia. A versão internacional ainda conta com Falling. 
   Florence + The Machine é uma das headliners do festival Lollapalooza desse ano e fecha o dia 13. Eu já tive a oportunidade de ver o show dela no Rock In Rio de 2013 e gostei bastante do que vi. Espero que gostem. Não se esqueçam de seguir nossas playlists do Spotify e nos seguir também! Até a próxima!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Dingo Bells- Maravilhas da Vida Moderna (2015)


    Continuando nossos posts sobre o Lolla de 2016, eis mais uma de suas atrações. E essa é nacional! O álbum possui 11 canções e a capa do disco na versão virtual é um gif com imagens sobre a modernidade em contraste com o campo.
    O disco se inicia com Eu Vim Passear que nos mostra os aspectos da modernidade e seus stress combinados com seus "remédios". O Mistério Dos 30 é uma canção bastante progressiva e brinca bastante com o mito da Caverna de Platão e com a televisão, fazendo uma analogia da televisão como a caverna atual.
    Fugiu Do Dia é uma elegia sobre sair por aí sem rumo e preocupações. Pegar o carro e buscar o sol, a praia e o sossego. Com uma harmonia bem feliz e vibrante a música nos convida para seguir esse rumo incerto.
    Dinossauros inicia com um belo violão e com uma bela harmonização com a voz que entra um pouco depois. Ela vem como uma balada que progredi para um som mais cheio e menos intimista. A letra vem com um viés de poema filosófico ao dizer que a nossa imaginação possa estar limitada. Do meio para o final da música, há uma quebra bem interessante e que culmina no refrão.
    Maria Certeza conta a triste história de uma mulher que queria muito casar, mas que fora abandonada no altar e ficou do jeito que mais temia: sozinha. A banda traz essa história de uma maneira suave ao narrar a história. De Olhos Fechados Para O Azar é mais uma canção com a pegada arcadista de fugere urben e do escapismo cosmopolita para o incerto e poder ser livre. E com um riff marcante e uma bateria pulsante a banda traz a vontade de voar e seguir em alto mar.
    Bahia fala sobre a vontade da banda em ir para esse estado e viver de uma maneira mais calma e longe da loucura em busca de uma companhia para as aventuras cotidianas. Com um violão cadenciado e marcante, metais e o espírito livre de se ir para a praia. Hoje O Céu é a oitava canção do disco e fala sobre uma chuva que virá e que o melhor a se fazer é esquecer o ano até o amanhecer com alguém.
    Funcionário do Mês fala sobre as perspectivas humanas, como virar funcionário do mês no trabalho e seguir uma vida parecida com as das famílias da TV. Com uma bateria marcante e um belo coro. A voz principal é bem suave, mesmo em suas explosões. E com uma toada calma, algumas das angústias da sociedade são narradas.
    Anéis de Saturno parece ser uma revisitação de Dinossauros ao abordar sobre meteoros e poeira espacial; permeando a morte e as estrelas. Tudo isso com uma pegada bem calma e leve; com uma aura de anos 80. 
    O disco se encerra com Todo Nó com uma temática pessimista sobre o ciclo da vida que se repete dia a pós dia em contraponto com sua harmonia que é bem feliz com um piano ao fundo Com uma bela voz se inicia esse disco que busca retratar um pouco da loucura moderna 


domingo, 21 de fevereiro de 2016

Conexões Musicais- Snoop Dogg


    Após a pausa do Carnaval, podemos dizer que o ano acabou de começar! Assim como para nosso blog! Voltamos com carga total e trazemos para vocês, caríssimos/as leitoras/es mais uma atração do Lolla desse ano.
     Calvin Cordozar Broadus Jr nasceu em 1971 e começou a sua carreira pelo Rap em 92 quando fora chamado pelo Doctor Dre para participar de seu single. Hoje, poucas pessoas o chamam de Calvin; ele é mais conhecido como Snoop Dogg.
     Após a participação no Single e no álbum de Dre, Snoop gravou seu primeiro álbum com a gravadora de Dre, a Death Row Records. Antes de assinar com a No Limit Records, ele gravou mais um álbum com a Death Row, o Tha Doggfather. 
     Em 96, ele já era conhecido pelo mundo todo e já colecionava prêmios. Com a No Limit, ele gravou mais três discos: The Game Is To Be Sold, Not To Be Told; No Limit Top Dogg e Tha Last Meal.
     Nos anos 2000, Snoop assinou com a Priority e lançõu grande parte de seus discos por ela. Ele é respeitado na cultura Hip Hop e também pelo Pop e isso lhe rendeu diversas parcerias interessantes. Com nomes de peso do Rap, como: Dre, 50 Cent, Pharrel Williams e do Pop: Kate Perry, Psy, Bee Gees (sim, acredite se possível) e Stevie Wonder. 
     Além de todas essas participações em seus trabalhos, ele também participou de dezenas de projetos, desde filmes até jogos de vídeo game. Impossível fazer uma playlist com todos os trabalhos dessa mente que parece nunca descansar.
     Vocês acham que o trabalho de Dogg termina por aqui? Além do pseudônimo Snoop Dogg, Calvin já se auto cunhou de Snoop Lion (na sua fase Reggae após uma viagem para a Jamaica que lhe rendeu o disco Reincarnated); Dj Snoopadelic (após relançar seu álbum de estreia vinte anos após com uma pegada mais eletrônica) e SnoopZilla (para seu projeto de Funk com o Dâm-Funk)
    A palylist ficou gigantesca. Com 130 músicas. Isso que cortei muitas coisas. Quem quiser curtir o trabalho dele com outros artistas, essa é sua grande oportunidade. Tem Country, House, Rap, Pop, Reggae, Rap, Rock e mais Rap. Sigam a playlist no Spotify e me sigam lá também. Até a próxima!

  

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Die Antwoord- Ten$ion (2012)




    Die Antwoord é um grupo com composições mais voltadas para o Rap de origem Sul Africana no ano de 2008 por Ninja e Yolandi Vi$$er nos vocais e o DJ Hi-Tek nas pick-ups. O grupo mistura diversos elementos da África do Sul, seja o Inglês, o Africâner, o Zulu. Fora as batidas que remetem à cultura local.
    O nome do grupo significa A Resposta em africâner e o grupo apresenta imagens que parecem ser fetichistas, bizarras e non sense em seus clipes e letras e por não se importar com isso seguindo o preceito do Zef- movimento contra cultural local- acaba muitas vezes se envolvendo em polêmicas que poderiam ser evitadas. Por exemplo: O grupo, no clipe de Fatty Boom Boom, faz um tour com "Lady GaGa" por uma África estereotipada com animais selvagens em suas ruas e escapa de um ataque de grupos rivais e fica perdida na Mãe África de concreto. Com claras referências ao Klu Klux Klan com um negro vestindo a indumentária conhecida da facção, Veja o clipe a seguir:
   

     Além do que foi citado o clipe critica duramente GaGa por estar veiculada à grande indústria da música e serviu como forma de justificar o fato de o grupo ter se recusado a abrir os de GaGa. Mas não é apenas sobre ela que o clipe critica. Vejam a imagem que aparece durante o clipe:


     Na imagem, pode-se ver um padre atirando com uma Bíblia contra um monstro de muitas cabeças que são: Lady GaGa, Akon, Nick Minaj, Kanye West e Pitbull. Ou seja, os grandes artistas da mídia fonográfica- que para o grupo não contribui para a música. E esse monstro está defecando ali no canto direito em outro grupo que já fora do mainstream musical, o Black Eyed Peas.
     O vídeo possui outras referências de GaGa, como o seu vestido de carne; referência ao Born This Way. Lady GaGa e Nick Minaj não gostaram nenhum pouco dessa "brincadeira". Além dessa polêmica, houve também a polêmica da Black Face de Yolandi. 
     Para quem não sabe, Blackface é uma técnica muito antiga do teatro e hoje é apropriada pela televisão, donde um ator branco pinta seu rosto de preto e destila esteriótipos com relação às comunidades afro. Especialmente numa época, onde não se tinha pessoas negras atuando. Não que hoje tenhamos pessoas negras fazendo papéis diferentes de motorista, governantas, escravos e afim.
      O grupo justificou alegando que não conhecia o termo blackface e que isso é uma coisa da África. Depois de tudo isso sobre apenas uma das músicas do grupo que está nesse álbum que estou postando.
      Ten$ion é o segundo disco do grupo. Após o lançamento de $O$ em 2010 de maneira complemente independente e online, o grupo conseguiu uma melhor produção nesse disco que tem muito Rap, música eletrônica de qualidade e bastante bizarrice.
      Never Le Nkemise tem uma temática gângster, onde Ninja meio que fala assim: "Não olha para o lado, quem está passando é o bonde. Se ficar de caôzada, a porrada come" Sei que a letra é da Mc Beyonce que agora é apenas Ludmilla e que mudeou completamente o seu som. O nome da música pode ser traduzida, como: "Você não pode me parar".
       I Think U Freak foi a primeira música do grupo que eu conheci. Lá pelos ano de 2012 ou 2013. Agora não tenho certeza. Eu publiquei no meu facebook, pedindo para o pessoal me recomendasse bandas, grupos e afins que possuem mulheres na sua formação; seja em sua totalidade ou não. Tudo após perceber que eu escutava muito material produzido majoritariamente por homens. Die Antwoord fora uma das bandas recomendas. Essa canção tem uma excelente batida e uma temática interessante de inclusão. "I think u freak and I like u a lot"; ou seja: eu te acho bizarro e gosto bastante disso. O clipe também tem uma linha de bizarro, mas atinge outros níveis. Devo dizer que depois de conhecer o clipe, a música: fiquei de boca aberta para com a banda e procurei tudo sobre a banda.

         

     Pielie-Skit possui apenas nove segundos com o Ninja falando e emenda em Hey Sexy que tem uma batida envolvente e uma pegada bem Rap. O trabalho continua com Fatty Boom Boom que já havia comentado lá em cima.
      Zefside Zol- Interlude possui a ideia de não se importar com o julgamento alheio, tudo isso bebendo uma cerveja e amassando a latinha e ficando bem chapado. So What?- Interlude fala sobre o fato de eles estarem na estrada há mais de 20 anos, tentando fazer o som deles. Com uma batida bem interessante de DJ Hi-Tek.
      Uncle Jimmy-Skit e Baby's On Fire estão interligadas e  a segunda possue um videoclip também. A primeira é uma conversa entre Ninja e Yolandi na cozinha que culmina na segunda música que versa sobre o protecionismo machista que homens tem com as mulheres de não as deixarem sair com rapazes, enquanto os homens podem fazer o que quiserem. O clipe fica bem nítido isso na libertação de Yolandi no final.
      U Make A Ninja Wanna Fuck é uma canção bem sexual mesmo com nuances parecidas com as dos rappers dos EUA, mas acredito com palavras mais pesadas e com uma relação de poder muito grande.
      Fok Julle Naaiers significa "Vá se foder" numa tradução literal e é uma excelente música para quem dar a volta por cima, após comentários maldosos. Mande um vá se foder bem alto e cuide de sua vida. DJ Hi Tek Rulez é uma canção para que Hi-Tek possa mandar o som dele e "Fuck u in the ass", acho que é um novo jeito de falar blow your mind. O curto álbum com 38 minutos de duração termina com uma reprise maior de Never Le Nkemise
     Die vai tocar no Lolla desse ano também e é um dos grandes motivos de eu querer ir para o festival, pois desde 2012 quero ver essa galera ao vivo, mas não vai rolar para mim. Até amanhã.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Dônica- Continuidade dos Parques (2015)


     Dônica é uma banda nacional de Rock Progressivo. Sim, é isso mesmo! Uma banda de Rock Progressivo nova em pleno anos 2000. A banda começou em 2011 com José Ibarra (Teclado e voz); Lucas Nunes (Guitarra); André Almeida (Bateria); Miguel Guimarães (Baixo); Tom Veloso (Composição e violão).
     Não sei se repararam bem, mas o último nome citado tem um sobrenome de peso. Sim, Tom Veloso é filho de Caetano Veloso e a priori é apenas compositor da banda, pois ele não costuma se apresentar com a banda. Ele abriu uma exceção e tocou violão no show da banda no Rock In Rio do ano passado. Quer quiser ver a primeira música da apresentação do Rock In Rio, basta clicar nesse link.
    Além do Rock In Rio, a banda também está selecionada para o Lolla 2016 e tocará no Sábado dia 12. Eu já conhecia o som da banda. Fui conhecer justamente que estava numa fase de ouvir produções do rock nacional alternativas, psicodélicas e progressivas. Então, escuta bastante o som deles, assim como o do Boogarins e da banda O Terno.
     O som da banda é de altíssima qualidade. Para uma banda de adolescentes, iniciando a vida adulta agora; o som é deveras maduro, com nuances de delicadeza que não se vê nas bandas de hoje em dia. A harmonia, a letra casam de uma maneira surpreendente. É uma musicalidade pueril, jovial que sabe o peso por anda pisando. Pois o Rock Progressivo tem um público bastante aguçado e crítico, logo não é um dos mais fáceis de ser agradados.
     Mas Dônica faz isso com uma leveza e suavidade que eles estão fazendo mais do que certo. Tocando o som deles, sem se importar com o que possa vir. A estrutura de algumas composições lembram bandas como Le Orme com seus vocais tranquilos e o Clube da Esquina.
    É Oficial é a primeira canção do álbum e quem assina é Pretinho da Serra abre esse trabalho como um belo pontapé de início e transforma o que era sonho em realidade dentro de sua oficialidade. Casa 180 é uma belíssima canção não linear com ares de surrealismo que surge como uma ode aos ouvidos. Com um teclado marcante, presente e bem delineado a canção segue como uma viagem durantes seus 4 minutos e 15 segundos.
    904 começa com uns batuques bem característicos africanos e vem com uma sutileza e tenracidade e com um clima bem praiano e versando sobre o mar. Bicho Burro junto com Casa 180 são as músicas que ganharam videoclipe. Logo a seguir, você poderá conferir o vídeo. Aproveitando a temática do clipe que se passa num carnaval, fica o meu apelo para você não ser Bicho Burro e repetir coisas que são feitas no clipe. Grande partes das coisas se aplicam para nós homens que não sabemos nos comportar em eventos assim e precisamos pensar nossas atitudes.


    Especialmente com relação à mulheres. Não é não. Se a menina não quer ficar com você; vida que segue. Não fique barulhando elas, respeite todas elas; não puxem os cabelos. Acredito que um Olá seja muito mais interessante e saudável do que um puxão no cabelo. Vamos respeitar a folia de todo mundo. Esbarrou em alguém não custa pedir desculpas. Respeite a folia de todo mundo. Não se exceda e pense bem muito antes de fazer qualquer coisa no carnaval. Poderia escrever muitas mais linhas sobre isso, mas acredito que um pouco do recado está dado.
    Voltando para o álbum; Pintor acredito que seja uma realização pessoal da banda ao ter a participação de nada mais, nada menos do que Milton Nascimento- uma das maiores inspirações musicais da banda- e com uma suavidade e com versos ralentados a canção te leva para outros lugares. Macaco No Caiaque é um música que possui um teclado bem mais progressivo do que as outras e conta as aventuras de um macaco alienígena que caí na sujeira que é a Terra e é socorrido por uma vaca em um caiaque.
    Carrossel possui uma bela introdução de guitarra e com a voz de Ibarra a música vai adquirindo uma progressão de crescendo de vai dando mais tensão para a música que explode no verso "Felicidade era viver". Tal efeito é repetido na segunda estrofe da música e durante seis minutos a música de maneira cíclica como um carrossel te leva para rodar e viver. Porém assim como acontece em um carrossel, a velocidade pode ser aumentada.
     Retorno Para Cotegipe parece ser uma daquelas canções sobre aqueles amores veraneios, donde se conhece alguém bacana, mas a pessoa vai ter que voltar para sua cidade natal e vocês nunca mais irão se ver. Tudo isso ao som de uma guitarra bem viajada. Praga é a nona canção da obra e com um teclado similar a um órgão e com uma letra que aparenta ser simples sobre uma praga. A música possui uma harmonia muito bem distribuída entre momentos mais pesados e leves.
     Inverno é uma composição instrumental que uma pegada bem Jazz com um teclado excelentíssimo e com um quê de Mutantes antes da saída do "Tudo Foi Feito Pelo Sol" e durante 5 minutos e 36 segundos, você pode se deliciar com as diversas sessões rítmicas e as diversas quebras e com um solo de guitarra de tirar o fôlego dos/das amantes do virtuosismo. 
      Os 49 minutos do álbum se encerra com Assuntos Bons que em sua temática simples, como um bom papo com uma pessoa que você goste pode transformar um dia meio bosta em algo super bacana. Assim como é a sensação de se ouvir esse trabalho que afasta as coisas ruins e transforma tudo em bom e esplêndido.E o melhor jeito de terminar essa ode ao prazer efêmero, nada melhor do que uma percussão de um sambinha. Espero que gostem do som dos meninos. Até a próxima!
           

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Karol Conka- Batuk Freak (2013)


    Karoline dos Santos Oliveira, ou Karol Conka será uma das muitas atrações do Lollapalooza desse ano. Ela é uma cantora de Rap nascida em Curitiba em 87. Karol começou sua carreira aos 16 anos após ganhar um concurso musical da escola.
    Mesmo sem ter parentes no ramo musical, Karol decidiu abraçar esse mundo e participou de dois grupos de Rap antes de partir para a carreira solo. Com suas músicas na plataforma MySpace, ela foi alçada e começou a fazer parcerias com o Projota, por exemplo. A partir desse ponto, sua carreira decolou.
     Outra participação interessante de Karol com outros artistas foi a com o Tropkillaz (grupo eletrônico) com a música Tombei que pode ser conferida logo abaixo.


    Batuk Freak é o primeiro álbum dela e vem com uma mistura muito louca de muitos ritmos, desde o Rap até ritmos africanos do Candomblé. É um disco bem eclético e dançante, mas não deixa de ter letras fortes e críticas à sociedade.
    Conka teve a produção de Nave, que para ela é um dos melhores produtores do meio, ao tentar deixar o lado de cada MC aflorar. Mas ele tem a assinatura de quase todas as canções junto com Karol.
    O álbum começa com Corre, Corre Erê que tem uma pegada bem afrobeat com um sample que parece alguma música do Nação Zumbi e aborda a questão da criança interior que temos que sempre quer correr por aí e desbravar o mundo. Erê no candomblé é a criança interna de cada pessoa e o intermediário da pessoa para seu orixá.
    Gueto Ao Luxo começa com tambores parecidos com os do Olodum e tem uma batida eletrônica interessante. Traz a questão que o Gueto está mais dentro do luxo que se imagina. Mostra a dicotomia entre ambos os mundos, mas mostra quando eles se assemelham também. 
     O álbum continua com uma espécie de repente que se transforma numa batida em loop e traz o empoderamento feminino como mote. De botar a cara no sol e ir conquistar as coisas que queiram, sem se preocupar com o que possam dizer. E tudo está retratado em Vô Lá.
     Gandaia: com esse nome, não é necessário dizer sobre o que a música canta. Diversão é o que essa música traz com sua batida envolvente e bem marcada. Ótima canção para bater cabelo "Cazamiga" e curtir até o Sol nascer.
    Você Não Vai é uma canção para quem gosta de criticar e colocá-la para baixo, com um mote de superação e "de que eu consegui e cheguei lá ao contrário de você". Tem uma pegada mais Rap, com ótimas rimas. Bate A Poeira continua na linha de crítica, mas busca trazer o respeito e a paz para as diferenças que temos na vida: credo, classe social, raça, gênero, sexualidade e afins. O que você deve fazer é bater a poeira das críticas e seguir sua vida.
     A metade do álbum já chegou e nem se sente ele fluindo. O tempo passa e não se sente, a batida é o que se sente e com isso se chega à sétima composição do disco que conta com a participação de Rincon Sapiência e num estilo Reggae/Dub Sandália vem cativando os ouvidos nesse grito de liberdade feminina de busca pelo mundo sem se importar como, apenas indo cada dia após o outro.
     Mundo Louco e Que Delícia mostram um pouco do lugar que Karol veio e como ela se sente com relação ao sexo e aos prazeres carnais com uma batida sensualizante e com um violão na marcação.
     Olhe-se tem a participação de Tuty e com uma pegada de Rap mesmo vem como um mantra para que você se olhe e se conheça. Já dizia Sócrates: "Conheça a ti mesmo". Então vamos pegar esse espelho imaginário e nos conhecer fisica e mentalmente. 
     Boa Noite já havia sido lançado como um single pela MTV em 2011 e tem uma pegada de saberes tradicionais com um cântico entoado por mulheres e mostra símbolos musicais de Karol e tudo o que aprendeu nessa sua caminhada. O álbum termina com a música Caxambu, a única que Karol não assina. Com uma pegada de Funk e batidas de tambores a música flui. Caxambu é um ritmo musical de origem africana que chegou ao Brasil há muito tempo atrás e é tido como o norteador do Samba Carioca.
     Espero que gostem desses 39 minutos de misturas com elementos antigos com coisas novas. Até amanhã.
       

domingo, 31 de janeiro de 2016

Conexões Musicais- Negra Li


     Liliane de Carvalho, mas pode chamá-la de Negra Li que ela não se incomoda, nasceu na fria e cinzenta São Paulo em 1979. Já fez de tudo nessa vida correria da música. Já fez série de TV; já foi solista do coral da Universidade de São Paulo (USP); já cantou com meio mundo por aí.
    Sua origem: o rap, a quebrada e a batida. Mas nada disso impediu que ela cantasse com Caetano Veloso, Nando Reis, Skank, Pitty, Jeito Moleque entre outras bandas e pessoas do música.
    Negra Li iniciou a sua carreira musical com 16 anos no grupo de rap chamado RZO (Rapaziada da Zona Oeste), grupo esse que já teve Mestre Sabota nos microfones. Depois ela seguiu carreira solo e em 2014 retornou para o grupo.
     Como eu disse lá em cima, Negra Li participou do seriado da Rede Globo, chamado Antônia em 2006 e ela- juntamente com suas colegas de cena- compôs e gravou algumas das canções que passam no seriado que teve duas temporadas e um filme.
    Escutem o som dessa mulher que vale a pena. Até a próxima pessoal!