Liliane de Carvalho, mas pode chamá-la de Negra Li que ela não se incomoda, nasceu na fria e cinzenta São Paulo em 1979. Já fez de tudo nessa vida correria da música. Já fez série de TV; já foi solista do coral da Universidade de São Paulo (USP); já cantou com meio mundo por aí.
Sua origem: o rap, a quebrada e a batida. Mas nada disso impediu que ela cantasse com Caetano Veloso, Nando Reis, Skank, Pitty, Jeito Moleque entre outras bandas e pessoas do música.
Negra Li iniciou a sua carreira musical com 16 anos no grupo de rap chamado RZO (Rapaziada da Zona Oeste), grupo esse que já teve Mestre Sabota nos microfones. Depois ela seguiu carreira solo e em 2014 retornou para o grupo.
Como eu disse lá em cima, Negra Li participou do seriado da Rede Globo, chamado Antônia em 2006 e ela- juntamente com suas colegas de cena- compôs e gravou algumas das canções que passam no seriado que teve duas temporadas e um filme.
Escutem o som dessa mulher que vale a pena. Até a próxima pessoal!
Supercombo é uma banda nacional que surgiu em 2007 no Espírito Santo, mas que se consolidou em São Paulo. Como o nome sugere, a banda é uma miscelânea de estilos musicais do Rock. Tem pegadas Stoner, Eletrônico, um pouco de Hardcore entre outras coisas.
A banda atualmente é composta por Leonardo Ramos (Vocal e guitarra); Pedro Ramos (Guitarra); Carol Navarro (Baixo); Paulo Vaz (Teclado) e Raul de Paula (Bateria) e está no seu terceiro disco. Amianto é um álbum de 2013.
Supercombo estará no Lollapalooza desse ano e tocará no sábado dia 12. Ainda não saíram os horários de cada show. Mas possivelmente será de dia ainda, pois o evento tem o péssimo hábito de colocar as bandas nacionais nos horários mais cedo e vazios do festival. Tanto é que o Lobão foi chamado para tocar no festival e ficou revoltado com o horário e propôs um boicote ao evento por não valorizar as bandas nacionais. (Acho que essa foi a primeira vez que concordei com alguma crítica do Lobão nos últimos dez anos ou mais)
Supercombo participou do programa Superstar da Rede Globo na segunda temporada e ficou no Top12 do programa. Eu particularmente aprecio mais o som do Supercombo do que o do Scalene, mas opinião é que nem braço... Ainda não consegui decidir se gosto ou não do som deles. Tem músicas que me cativaram totalmente, mas outras não conseguem prender minha atenção. Possivelmente são as com uma pegada mais comercial.
Escutei os três trabalhos da banda e escolhi o álbum mais recente por achar o som mais maduro e diferentão, mas o primeiro álbum (Festa?) é um disco bem bacana também. Acho que preciso ouvir a banda algumas vezes mais para afinar o meu gosto.
A banda costuma ter letras otimistas, mas sabem fazer músicas melancólicas.O disco começa com Matagal que retrata um começo ao narrar um simples fato de acordar e levantar da cama e a nostalgia de ser criança sem responsabilidades. A canção é a menor do álbum e finaliza com um belo teclado ao fundo.
Campo de Força retrata um caso de amor meio platônico, idealizado e inatingível. Tem uma pegada um pouco comercial e dialoga com o público mais jovem. A música tem uma vontade de ser Rock, mas fica faltando um pouco mais de atitude. De gritar aquele FODA-SE bem alto, sem se importar com as consequências...
Piloto Automático tem um refrão cativante e uma temática reflexiva interessante ao nos mostrar que temos que sorrir mais e celebrar a nossa vida e parar de reclamar das coisas e simplesmente viver. A banda consegue fazer com que a harmonia ande junto com a letra e a sensação que você tem é que a melodia vai te carregando ao longo desses 3 minutos.
Menino é uma boa retratação da vida moderna, cosmopolita da cidade grande em contra composição da vida do campo. Nessa toada de Fugere Urben bem arcadista que essa canção traz situações como a poluição e o esgoto em frente ao céu limpo do campo e dos riachos para banho do campo.
Sol da Manhã é otimista também e possui um refrão bem marcante e repetitivo. Gosto bastante da ponte que tem para o refrão. A música é calma e delicada de uma maneira bem medida e sabe aproveitar seus crescendos.
O Peso da Cruz é uma pequena mostra de que o som da banda pode ser melancólico e sofrido, mas ainda tem aquele quê otimista e dançante que o disco vem mostrando. No final da música tem uma parte dissonante que é bastante interessante entre a guitarra e o resto do som, mostrando um pouco mais de atitude e experimentalismo.
Ela é uma música que mostra bastante como a banda gosta de brincar com seus refrões e mudar as palavras de cada refrão, assim como fazem em outras canções. Essa composição tem uma pegada um pouco mais Rock, mas eu sinto falta de explosão, sei lá... (Ou será que estou sendo chato demais e não estou conseguindo avaliar direito?)
A oitava canção é Fundo do Mar é bem mais ralentada e devagar. Tem um quê de experimental e uma bateria muito bem construída com um excelente bumbo, sessões ritímicas bem marcadas e boas viradas. O vocal também está bem cru e interessante.
Soldadinho começa com um teclado bem bacana e uma bateria bem contagiante e versa sobre a infância e sua simplicidade. Das brincadeiras, das junkies foods, da nostalgia de ser uma criança. Memorial é a décima canção do disco e também tem temática nostálgica de se ver o tempo passando e a vontade de voltar para o passado. Gosto bastante do vocal dessa música devido às quebras na música. A voz está bem doce e tenra.
Autonomia versa sobre a luta para não se deixar abalar com as mazelas do mundo. É um grito de liberdade para nossa mente que tem toda a autonomia do mundo, mas que precisa ser colocada no chão de vez em quando. O álbum tem uma guinada de otimista para intimista/melancólico desde Fundo do Mar que chega ao seu ápice em Amianto.
Amianto é, na minha humilde opinião, a melhor música do disco. Com uma letra profunda, densa, tensa; a banda nos transporta para a melancolia já em seu começo com a voz e o piano. A letra versa sobre uma moça que quer se matar e o Eu Lírico tenta evitar ao abordar questões da vida e compara a vida e a morte com a mãe e o pai respectivamente. Gosto bastante do clima de tensão que a banda cria antes do verso "Que a vida é como mãe..." ao utilizar o silêncio. O verso do pai é bastante bonito também e sombrio. Com isso, este trabalho se encerra bem diferente do jeito que começou; com uma lição de que "Mas tudo bem, nem sempre estamos na melhor".
Espero que gostem do som e para quem deseja ir ao Lolla, acho que vale a pena conferir o show deles para saber como são ao vivo. Até amanhã com mais um conexões musicais.
Marina Lambrini Diamandis é uma cantora galesa que se apresenta como a alcunha de Marina And (ou &) The Diamonds. Diamonds significa diamantes em inglês e a escolha de seu nome artístico se deve ao fato de seu sobrenome "Diamandis" também significar diamantes, porém em Grego.
Muita gente imagina que Diamonds seja uma referência a sua banda de apoio, porém Marina declarou em seu MySpace que "I'm Marina, You´re the diamonds" e com isso ela chama o seu público de diamantes.
Marina irá se apresentar nesse ano no Lollapalooza em São Paulo depois do cancelamento no ano passado de sua apresentação no mesmo festival devido a um atraso de vôo. Agora, imagino que os fãs torçam para que tudo ocorra bem na vinda da cantora para o Brasil. Houve um boato que Marina não pegara o vôo devido ao fato de estar numa balada. Mas nada foi confirmado oficialmente (até onde sei).
O som de Marina é uma miscelânea de sons que dialogam com o pop, eletrônico e o rock alternativo (bem a cara do Lollapalooza na minha opinião). FROOT é seu terceiro álbum de estúdio com 12 músicas que permeiam a solidão, a tristeza, a natureza humana, a auto-crítica entre outras coisas. Tudo isso com uma pegada leve e dançante.
O álbum começa com Marina cantando à capela em Happy cuja letra não é bem feliz assim, o álbum tem 53 minutos de duração e é uma delícia de se ouvir quando se está distraído ou prestando a devida atenção.
Froot é a segunda música do disco e homônima ao álbum e vem como uma balada de certa forma oitentista especialmente pela batida e pela modulação da voz de Marina. I'm A Ruin é uma auto crítica de Marina sobre ela se amar demasiadamente de uma maneira egoísta.
Blue é a quarta do álbum e traz uma temática de rompimento de relacionamento e aquele medo de ficar sozinha/o e por mais que você não goste mais da pessoa, você quer insistir para não mais se sentir triste e solitário/a. Tudo isso ao som de um sintetizador com um ar de balada para não deixar a melancolia bater. Forget é uma canção que fala sobre tentar esquecer e seguir em frente, mesmo que você não seja aquela pessoa forte.
Gold é a sexta música e aborda a questão de dinheiro e coisas que não podem ser compradas, como o amor por exemplo. A música tem letra bastante forte e segura. Gostei das rimas internas dos versos que Marina fez com Eldorado e Colorado e adorei às analogias com ouro, especialmente a Midas (o Rei que em tudo que tocava, virava ouro).
Can't Pin Me Down é uma música que pode ser definida com uma palavra: empoderamento. É uma canção sobre as mulheres do século 21 e o fato de que estão cansadas de serem tratadas como objeto descartável. Essa canção busca abrir os olhos especialmente de mulheres que se condicionam e aceitam o Status Quo. Serve também como um recado para nós homens que o mundo já deu voltas demais para continuarmos com certos pensamentos.
Solitaire é a sétima canção dessa obra e uma das mais melancólicas da mesma. Aborda a questão da solidão como refúgio para pensar na vida, nos erros e nos acertos. Acredito que ela captou muito bem nas palavras e na harmonia da música como é essa sensação de reclusão para parar um pouco com as atribulações da vida. Solitaire emenda muito bem com Better Than That que versa sobre uma mulher que sabe o que quer e não mede esforços para conseguir. Ela não idealiza príncipes encantados e não está esperando por ele como uma princesa Disney. Ela vai viver, experimentar, saborear o mundo e quando acha algum potencial, a única coisa que pensa é que poderia ser melhor.
Weeds possui um belo solo de guitarra apesar de curto e traz aquela lembrança de que se poderia fazer um jardim com tantos flores que ela recebera na vida. Mas ela não consegue cortar o mal pela raíz. Savages traz a questão da violência humana, como o atentado na maratona de Boston e como sempre queremos mais e não medimos esforços para conseguir; mesmo que custe outras pessoas. A canção tem muitas frases de impacto, como: "Eu não tenho medo de Deus/ Tenho medo do homem" (Tradução livre feita por mim).
Immortal encerra esse disco com uma pitada de morbidez e melancolia através dessa balada de 5 minutos que traz a tona a vontade de se viver para sempre. O que se conclui é que a única certeza que temos é a morte, mas podemos dar um jeito de sermos imortais, especialmente quando se está no coração de alguém.
Espero que gostem do álbum e que for ao Lolla, confira o show dela. Ano passado ela já estava prometendo muitas coisas. Talvez esse ano, ela surpreenda. Até a próxima.
Lollapalooza é um festival de música que abarca diversos estilos musicais, desde o rock alternativo até o rap; permeando a música eletrônica e o pop. Ou seja, é um festival diverso e que costuma agradar qualquer ouvido, pois sempre haverá algum som em um dos três palcos que o evento possui.
O evento foi idealizado em 1990 por Perry Farrell e Bill Graham. Perry pensou no evento como uma forma de fazer a última turnê com sua banda a Jane´s Adiction e contou com nomes importantes do movimento da época, como: Living Colour; Ice T; Nine Inch Nails; entre outras.
O festival continuou acontecendo anualmente sempre trocando de cidade pelos EUA e Canadá; até que depois da edição de 97, o festival parou de ser realizado e voltou à ativa em 2003. Porém a edição de 2004 foi cancelada. Com isso, a edição de 2005 foi repaginada e o festival passou a ser realizado sempre em Chicago.
O termo Lollapalooza tem como etimologia: "Uma extraordinária ou incomum coisa, pessoa, ou evento: um exemplo excepicional ou circunstância" e também passou a significar um pirulito grande (por isso: um dos mascotes do festival está com um pirulito na mão). O nome surgiu após Farrell ouvir a palavra em um episódio dos Três Patetas cuja sonoridade o agradou.
O festival teve sua primeira edição fora da América do Norte em 2011 e fora realizado no Chile. Com isso, o festival desembarcou no Brasil, na cidade de São Paulo, em 2012 e trouxe como grandes atrações Foo Fighters e Arctic Monkeys. Desde então o festival acontece anualmente em São Paulo na época da páscoa ou próxima a essa data.
Tive a oportunidade de ir a duas edições do festival aqui no Brasil em 2013 e 2014. Em 2013, eu fiquei encantado com o festival, pois foi uma excelente oportunidade de conhecer sons de bandas que nunca havia escutado e que hoje sou bastante fã, como: Alabama Shakes, Gary Clark Jr, Two Door Cinema Club. Foi a primeira vez que vi Queens Of The Stone Age ao vivo (depois dessa, já vi a banda mais duas vezes). Foi nessa edição que comecei a estreitar meu laço com a música eletrônica quando vi o set do Steve Aoki. Além desses shows, eu vi Criolo cujo trabalho já conhecia.
Vi isso tudo em um dia apenas. Pois só fui em um dos três dias em 2013. Na edição de 2014, eu não pretendia ir; mas quando confirmou Muse, comprei o ingresso na hora. Porém a edição de 2014 me deixou muito a desejar. Pois houve a mudança do local do Jockey para o autódromo de Interlagos, ou seja: saiu de uma menor, com os palcos em uma linha reta para um local enorme com palcos muito distantes. Resultado: Consegui ver apenas três shows, sendo que o primeiro que vi já estava acabando. Consegui assistir apenas: Imagine Dragons (de muito longe); Flux Pavillion na tenda eletrônica e Muse. Perdi mais tempo andando para lá e para cá do que vendo shows.
Com isso, deixei de ver diversos shows que poderia assistir, mas optei por não ir com receio de perder muito tempo na transição de um show para outro. Nisso, perdi shows da Lorde, Phoenix, NIN entre outros que não lembro agora.
Disseram que isso melhorou para o ano passado, mas não estava lá para conferir. Fato positivo e negativo que o festival possui ao mesmo tempo: Muitas bandas. Ele é positivo, pois é mais chance de conhecer novos sons; porém o fato de os palcos ocorrerem simultaneamente é um ponto negativo, pois você sempre vai ter que escolher o que assistir.
A edição de 2016 vem com nomes muito fortes, como: Eminen, Snoop Dog e Emicida, Karol Conka na parte de Rap e Hip Hop; Tame Impala, Munford & Sons, Florence + The Machine e Alabama Shakes, Marina And The Diamonds na parte rock alternativo e a parte da música eletrônica está bem representada com Zedd, Zeds Dead, Jack Ü. A programação por dia de festival, pode ser conferida na imagem abaixo.
A equipe No Stereo está com uma perspectiva de trazer reviews das bandas que irão tocar no festival. Devemos começar com as bandas mais desconhecidas para que vocês possam conhecer o trabalho e já começar a optar qual show ver ao vivo ou na sua televisão. Para que comecem a entrar no clima, preparamos uma playlist com algumas músicas de alguns artistas que tocarão no festival desse ano.
Arnaldo Baptista, para quem não ainda não conhece, fez parte de uma das maiores bandas de Rock Progressivo do país, Os Mutantes. A banda era composta por Sérgio Dias (guitarra, baixo e vocais); Rita Lee (vocais); Liminha (baixo); Dinho Leme (bateria) e Arnaldo (teclado, guitarra e voz). Mas na minha opinião, Os Mutantes cresceram e foram para uma outra fase (que particularmente me agrada mais musicalmente) bem mais progressiva e Arnaldo compôs um dos discos que fora considerado um dos melhores da década de 70 nacionalmente.
A história de vida de Arnaldo é bem loki e interessante e pode ser conferida no documentário de 2008 com o título de Loki- Arnaldo Baptista com direção de Paulo Henrique Fontenelle com diversos relatos sobre a trajetória desse músico. O YouTube possui uma versão fragmentada do filme, que pode ser visto a seguir:
Porém, não estou aqui para falar sobre o documentário. Estou aqui para falar do álbum que trouxe essa alcunha para Arnaldo, que havia saído dos Mutantes e seu relacionamento com Rita Lee estava finalizado e enterrado, mas apenas para um dos lados. Arnaldo sofreu um surto psicótico (não acredito que essa seja a verdadeira expressão, acredito que os termos "bad", "loucura" talvez se apliquem) que ficou brilhante chamado de Loki.
O que mais gosto da palavra Loki é que ela remete à loucura e ao irmão de Thor (que também tem o seu quê de Loki). Enfim, desvairos a parte. O álbum é uma excelente composição de 10 canções que possuem nuances únicas. O mais curioso do álbum solo de Arnaldo pós Mutantes é que o Mutantes não havia saído de fato dele, pois todos os músicos da banda participaram da gravação do disco. Rita Lee participou do vocal de duas músicas e o resto da banda ficou no apoio dos outros instrumentos.
A obra inicia com uma angústia de Arnaldo com Será Que Vou Virar Bolor?, ou seja: O medo de ficar sozinho, sem se mexer, deixando a bad te vencer, de simplesmente virar um fungo. Mas Arnaldo tem muito mais a falar nessa canção do que sobre a solidão. Ele critica a nova onda do rock com o Alice Coopper e finaliza a canção mostrando um rock'n'roll de raiz com uma pegada bem blues com um teclado bem Jerry Lewis.
Uma pessoa só é a única música que fora creditada aos outros membros da banda e começa com uma aura de balada romântica ao teclado que vai adquirindo uma pegada mais densas ao se usar bastante trinatos e arpejos. Claramente a canção aborda a questão da banda que são todos numa pessoa só. Arnaldo cita o álbum "O A e O Z" do Mutantes e canta: "Você também está tocando/ Você também está cantando" que pode ser visto como uma forma de dizer que a banda não funciona mais como antes, mas que continuam unidos.
Eu não estou nem aí é a canção da volta por cima de Arnaldo após quase morrer durante seu período Loki e que ele afirma não mais temer a morte, a sorte. Arnaldo afirma que quer decolar toda manhã, isso- ao meu ver- é uma referência ao uso de entorpecentes (pois a analogia que se faz quando as pessoas estão doidas de drogas é que a nave decolou). Nessa canção e na próxima Vou Me Afundar Na Lingerie são as duas participações de Rita Lee.
A quarta música é um retrato da tentativa de superação do relacionamento dele. A quinta música Honky, Tonky (Patrulha do Espaço) é uma composição instrumental belíssima, apesar de curta. Mostra a faceta mais sóbria de Arnaldo ao trazer um teclado aos moldes dos bares de Honky Tonk que é um estilo musical derivado do Jazz e que tocava nos estabelecimentos de caráter duvidoso.
Após a pausa de sobriedade, Arnaldo vem com Cê Tá Pensando Que Eu Sou Loki? que é uma mostra de um pouco da vida dele e de suas coisas e loucuras. A dúvida que o próprio nome da música pode gerar é que: Será que ele está tentando convencer a ele mesmo que não é Loki ou será que ele quer nos convencer de que não é?
Arnaldo cita um evento que acontece no Nordeste que é a Cilibrina (a grafia pode ser com "S" ou com "C"), evento cujo mote é anunciar a chegada das festas juninas. Nessa festa se tem bastantes fogos de artifício, guerra de espadas, cachaça e muito pífano. Mais sobre essa celebração popular, pode ser vista a seguir:
Desculpe é a sétima música e é um grande desabafo com um excelente sintetizador. Por mais que seja um pedido de desculpas, com um grande apelo ao reconhecimento de erros, Arnaldo reconhece que é apenas humano e que possui falhas, mas que há erros de todos os lados. Navegar De Novo é a canção mais melancólica do disco (tem uma pegada bem Beto Guedes no seu início) e que não aborda apenas a questão do eu que sofre, mas também da sociedade que sofre (Acredito que essa música tenha bastante influência da fase de Atlas de Drummond). Mesmo sofrendo, Arnaldo não deixa o seu lado Loki de fora ao soltar um grito bem diferente dos convencionais.
Quando Arnaldo fala o nome da música, percebe-se que ele faz um sotaque bastante português. O que me faz remeter a duas referências estritamente portuguesas, a primeira é Fernando Pessoa que escrevera o poema Navegar é preciso e a segunda são as navegações portuguesas que rumaram ao incerto em busca de novos lugares. Independente de qual fora a real intenção de Arnaldo, fica nítido que ele quer rumar novos mares, curtir novos ventos e seguir para o próximo destino que é incerto.
Te Amo Podes Crer é a penúltima música dessa obra e é umas das mais complexas, pois possui muitas variações rítmicas ao longo. É a canção de quem tomou um pé na bunda, mas que tem esperanças de que no final vai dar tudo certo e ambos ficarão juntos no final. É Fácil encerra esses 33 minutos de diversão e angústia de maneira feliz com o virtuosismo de Arnaldo num violão de 12 cordas e que finaliza com a junção do acústico com o eletrônico ao brincar com um sintetizador no final e com a alternância das saídas do som. Espero que gostem desse álbum. Até a próxima!
Bernardo Santos, mais conhecido como BNegão, é um carioca nascido em 72 que respira e transpira música desde cedo quando fundou a primeira banda ainda na escola: Perfeição Nenhuma Small Band e Engenharia de Som Ltda. Depois entrou na banda Juliete. O único material que consegui encontrar fora esse:
Bernardo se juntou à banda Missed In Action que é de Niterói e depois acabou entrando para o grupo Planet Hemp ao substituir Skunk nos vocais após a sua morte. BNegão dialogo com diversos estilos musicais, desde o rap até o hardcore. Permeando pelo reggae, ska entre outros.
Nas diversas idas e vindas do Planet Hemp, ele tocou com a banda The Funk Funkers; Turbo Trio e a banda que continua até hoje a BNegão & Os Seletores da Frequência. BNegão é bastante requisitado por bandas e músicos para participar de músicas. Por exemplo, o Skank e o Autoramas já chamaram BNegão para participar de seus discos recentes. Confira a playlist desse grande compositor e cantor nacional.
À propósito, spotify não possui nenhuma música do Planet Hemp, mas segui a seguir a filmagem da participação recente da banda no Lollapalooza de 2013, o material da banda Missed In Action pode ser conferido, clicando no nome da banda. Até a próxima!
Esse é o primeiro álbum da carreira de Ellen Oléria. Nascida aqui em Brasília, lá de Taguatinga bem perto da Ceilândia; na região do Chaparral. Ellen se formou na Universidade de Brasília no curso de Artes Cênicas e seu dote musical fora desenvolvido de uma maneira bem auto didata.
Ellen ganhou diversos festivais de música da cidade, como o FINCA (Festival Interno de Música Candanga da UnB); Prêmio Sesc Tom Jobim de Música e o Festival e Música dos Correios. Cada uma dessas competições, Ellen ganhou pelo menos duas vezes. Mas o "festival" que Ellen ganhou que a colocou de maneira absoluta no setor comercial da música nacional fora o The Voice- Br do canal de televisão Rede Globo.
Ellen entrou no programa (que estava na sua primeira temporada) interpretando uma música de Jorge Ben- Zumbi. Durante sua apresentação, os quatro jurados viraram suas cadeiras para ela. Ellen optou entrar para o time de Carlinhos Brown e fora a grande vencedora do programa.
Mas antes de colher os louros do The Voice, Ellen batalhou bastante no cenário musical do DF para conseguir se consolidar. Ela fora backing vocal do rapper GOG aqui na cidade e começou a sua carreira de maneira mais solo ao se juntar com a banda Pre.utu que tem Célio Maciel na bateria; Paula Zimbres no baixo; Pedro Martins na guitarra e Felipe Viegas no teclado. Com essa banda, gravaram esse disco em 2009.
Ellen, mulher, negra, homossexual e de periferia transporta todas essas questões para sua música de uma maneira bem dura, como se fosse um tapa na cara da sociedade mesmo. Ela escancara a porta do preconceito de um jeito firme em sua voz, mas com um jogo de palavras bem montado.
Peça é um disco que possui diversas influências musicais, desde o rap até a bossa nova e a MPB. Acordes precisos, harmonias bem construídas levam esse álbum para a gente. A obra começa com Posso Perguntar? que conta a história da pessoa amada indo embora e como a gente fica triste quando isso acontece, mas tudo isso com uma voz doce e linda. Bateria sincopada e acordes de violão bem tocantes.
Mandala já mostra o lado que Ellen quer mostrar para o grande público da periferia, a falta de oportunidades, da vontade de sair daquele lugar. Tudo isso, com um clima um pouco mais acelerado do que a primeira música.
Testando fora a primeira música que ouvi dela ao vivo numa apresentação que ela abrira para o Gilberto Gil aqui em Brasília lá no Centro de Convenções (e o melhor de tudo: fora de graça). Essa canção que tem uma pegada bem Rap e mostra as contradições da sociedade, especialmente a do DF. Fala da insegurança que as mulheres tem ao andar de noite pelas ruas, das pessoas que mudam de lado ao passar por ela, entre outras coisas relatadas na música.
Senzala (A Feira da Ceilândia) é um retrato social bem marcante entre a dicotomia entre camelódromos e os shoppings. Numa clara analogia entre a Casa Grande (Shopping) e a Senzala (Feiras da periferia) e que a feira se faz importante para a comunidade local como forma de entretenimento e compras.
Brado e Ato II são músicas mais intimistas e que tratam a vontade de soltar aquele grito de dentro do peito, mas que se sabe que não será escutado por ninguém. A outra música traz realidades da periferia, como assistir à televisão e a sensação de insegurança que não é proveniente apenas dos bandidos, mas também da polícia que age de forma truculenta nas classes mais baixas.
Após os momentos intimistas, Só Para Constar quebra esse clima e vem de forma gostosa e cadenciada, lembrando bastante a bossa e um pouco dos sambas antigos. Natural Luz é a oitava canção deste trabalho e traz bastante referências ao cerrado, não apenas ao usar a palavra cerrado, mas relatando algumas árvores típicas daqui.
Não-lugar é uma bela canção de desilusão amorosa de caminhos que não continuam e tem que continuar separados. Prólogo é uma música instrumental curta com uma pegada de forró pé-de-serra que introduz para Forró de Tamanco que como o próprio nome diz é um forró para se bater o tamanco no chão. Essa é a única música que não fora composta por Ellen e tem uma pegada mais rock'n'roll no meio da canção.
Pedro falando Com o Reflexo é uma música que expressa bastante o estilo de voz e musical de Ellen que lembra bastante a música Jack Soul Brasileiro de Lenine. O álbum termina com Senzala (Remix) que tem a participação do Gog pelo o que pude notar, mas não achei em nenhum lugar confirmando isso. Mas a voz parece bastante com a dele.
Espero que gostem do disco e do que a cena de Brasília tem a oferecer.
David Robert Jones, muito mais conhecido como David Bowie nasceu dia 8 de janeiro de 1947 e veio a falecer ontem dia 10 de janeiro de 2016. Ou seja, Bowie passou dessa para uma melhor dois dias após o seu aniversário e dois dias após o lançar seu última álbum, denominado de Blackstar.
Bowie estava com um câncer (procurei por toda a internet qual seria o câncer, mas não achei nada) havia 18 meses e esse álbum fora gravado como uma despedida desse plano terreno e uma maneira linda de celebrar a vida e a obra desse artista que rompeu com os paradigmas de sua época.
A vida de Bowie e toda a sua carreia não cabem nesse pequeno post, pois Blackstar é o seu vigéssimo quinto álbum de estúdio. Mas sugiro procurar mais sobre a vida deste ícone em livros, reportagens, filmes entre muitas coisas que Bowie participou ou escreveram sobre ele.
Blackstar inicia com a música homônima que é uma canção com 9 minutos com bastante saxofone e uma pegada de Jazz com uma mistura de Space Rock, com uma letra desconexa e que pode soar repetitiva, mas grande parte das vezes que se escuta a palavra "Star", nem sempre o adjetivo "Black" está associado a ela. Bowie aproveita essa música para dizer o que ele fora e o que ele não fora nessa vida. Ele fala que não é um popstar; nem uma estrela do cinema; nem uma estrela do pornô; nem uma estrela branca. Ele é uma estrela preta.
Blackstar também virou clipe que pode ser conferido logo abaixo. O clipe também possui nove minutos e funciona como um curta surrealista de certa forma. A letra da composição já dá margem para interpretações de cultos pagãos similares aos descritos por Aleister Crowley (famoso ocultista). O clipe fica mais nítida essa relação. Enfim, vou parar de falar sobre o clipe e vou deixar vocês terem suas próprias conclusões:
'Tis a Pity She Was a Whore é a segunda música do álbum e tem um belo coro vocal, piano e metais seguindo a ideia meio Jazz da primeira canção. Existe um livro com um título bem parecido, mas acho que não são relacionados ao meu primeiro olhar. O livro se chama "Tis a Pity She's a Whore", mas a história aborda incesto entre irmãos e a música parece não versar sobre isso.
Lazarus é a composição que Bowie parece falar sobre sua situação e o clipe mostra a mesma coisa. Primeiro, vou falar sobre a música que tem versos poderosos e uma onda melancólica. Bowie fala com naturalidade sobre a sua partida, sabendo que estará livre, que poderá voar como um pássaro. Ele fala também que não tem mais nada a perder. O clipe- que também pode ser visto a seguir- mostra Bowie em uma cama com lençóis brancos, paredes brancas numa clara alusão a um hospital.
Lazarus mostra o mesmo personagem do camaleão com os olhos vendados e com olhos de botão. Mesmo essa música sendo um grande passo na aceitação de sua ida, o que me parece é que Bowie gostaria de voltar para a Terra, assim como acontecera com Lázaro após ser ressuscitado por Jesus.
Sue (Or In A Season Of Crime) é uma composição mais agitada, porém Bowie a canta de maneira mais ralentadae narra a história de uma pessoa chamada Sue que aparentemente terá em sua lápide a inscrição "Sue, a virgem" que abandona o Eu Lírico por outra pessoa e deixa apenas um bilhete.
Girl Loves me é a quinta desse curto álbum que traz uma voz doce de Bowie, uma bateria bem marcante e Dollar Days é outra balada que fala sobre que Bowie está morrendo também e que deseja rever algumas coisas novamente, mas que ele está tentando.
I Can't Give Everything Away pode soar como um último suspiro de Bowie por ser a última música do álbum ou por ser a última música que ele comporia em vida, mas a sétima canção desse belíssimo álbum mostra a faceta lúcida dele, mesmo passando por um tratamento pesado, um momento pesado. Mesmo assim, ele diz em alto bom som que não pode ser livrar de tudo assim tão fácil.
Espero que tenham gostado do nosso post de hoje. Descanse em paz, David Bowie! Sua passagem por aqui, me fez crescer e aprender bastante sobre a arte. Para quem não conhecia o trabalho dele, recomendo procurar alguns trabalhos para que a paixão aconteça de uma vez.
José Fernando Gomes dos Reis, vulgarmente conhecido como Nando Reis, nasceu em 1963. Baixista, Cantor e Violinista. Nando possui diversos sucessos que ele compôs e que ficaram famosos nas vozes de outras pessoas, como: Cássia Eller, Skank, Cidade Negra, entre outras bandas.
Nando começou sua carreira na banda Titãs no começo da década de 80, ele ficou na banda até 2001, após o lançamento do disco "A Melhor Banda De Todos Os Tempos Da Última Semana" Mesmo estando com a banda, isso não o impediu de compor músicas para outras bandas e pessoas.
Além disso, Nando Reis também foi construindo sua carreira solo com os Infernais concomitantemente com os Titãs, mas a banda se consolidou de fato após a saída do mesmo dos Titãs.
Nando Reis, além de ter composto músicas para outras pessoas. Também produziu discos de outras bandas e pessoas, como: Jorge Ben Jor, Cássia Eller, Maskavo, Nomad e Vange. São Paulino assumido, tendo participado na televisão de diversas reportagens sobre o clube, junto com Nasi do IRA.
Por esse amor tamanho ao clube, fora convidado para selecionar a trilha sonora de dois documentários do clube. O da conquista do Mundial em 2005 e o que conta a história dos seis títulos do Campeonato Brasileiro. Nando inclusive compôs uma música para o time que pode ser conferida no vídeo abaixo.
O trabalho que ele produziu em 1994 com a banda Nomad não fora encontrado no Spotify. Mas encontrei o álbum no soundcloud e ele pode ser conferido a seguir.
Além dos filmes sobre o São Paulo, Nando participou da trilha sonora do filme 2 filhos de Francisco junto com Wanessa Camargo. Espero que gostem desse conexões musicais dessa semana. Aceitamos dicas, comentários, críticas e sugestões. Até a próxima. Divirtam-se com a playlist.
Led... Se eu ousasse a definir- esse gigante que devastou corações, devastou mundos, mudou gerações- com uma palavra apenas. Acho que alto seria a melhor definição para essa avalanche louca e desenfreada que foi essa banda.
Alto, escute bem alto o que esses jovens (na época) tem a dizer; a gritar, a se permitir...
O ano é 1969, Jimmy Page que recentemente fora abandonado pelos seus companheiros de banda, se vê sozinho com mais alguns shows do Yardibirds para cumprir. O que lhe falta é uma banda para que possa continuar a sua caminhada. Que não havia sido curta, ele era um dos guitarristas mais requisitados da Inglaterra para gravar em estúdio para outras pessoas.
Jimmy precisava de uma banda e tinha que ser das boas. Pois os Yardibirds já estava fadado a não mais crescer e ele sabia que podia muito mais do que só fazer um The New Yardibirds, como foram chamados assim que conseguiu recrutar John Paul Jones (baixo, teclado) com quem já tocara; John Bonham (bateria) e Robert Plant (Vocais) que foram garimpados de bandas menores, mas que estavam conseguindo colocar o pão de cada dia em casa.
Todos toparam entrar de cabeça nesse projeto encabeçado por Jimmy Page (Guitarra) e Peter Grant (empresário da banda).
Rumando pelo incerto e buscando trazer uma nova cara para o Blues e para o Rock, os quatros partem para o estúdio e gravam essa energia, essa aura, esse grito.
O álbum se inicia de forma abrupta, socando a sua porta (no caso o seu ouvido) com o riff de Good Times, Bad Times, com a bela voz de Plant, a bateria incendiária de Bonham (que parece tão sobrenatural ao fazer aquilo com apenas um bumbo e um pedal) e o baixo cheio de groove de Jones.
A segunda música Babe I´m Gonna Leave You tem uma presença forte e marcante, mesmo não sendo uma música com guitarra em sua estrutura principal, mas possui dedilhados lindíssimos e inebriantes e a construção da música para a alternância de momentos mais calmos para os mais agitados também é deveras interessante. You Shook Me que na minha humilde opinião é a melhor música desse álbum, começa com um jeito de Blues de raiz, com a voz arrastada de Plant. Parece um convite para algo a mais, a música vai te envolvendo, criando aquele clima até que chegamos aos 2 minutos da música e Jones nos presentea com um belíssimo solo de teclado e Plant mostra para que veio mandando a ver com a gaita. Para mim, essa música simboliza claramente o que Page queria com a banda. Viver o Blues, sentir o Blues; mas com a cara dele. Com a cara da banda. Amo o jeito de como no final da música Page e Plant fazem um jogo de pergunta e resposta que culmina com Plant cantando "You Shook me on-on-on-on-on".
Uma particularidade de You Shook Me é que ela é uma música de Willie Dixon, mas que ficara famosa na voz de Muddy Waters. A particularidade não está nesse fato, mas reside na questão em que Jeff Beck (ex companheiro de Page no Yardbirds) havia acabado de lançar um álbum solo que continha a mesma música e ele mostrara para Page o álbum e mesmo assim optou por colocar You Shook Me em seu primeiro álbum do Led como uma forma de provocar Jeff e mostrar que era melhor (mesmo que ele nunca tenha confirmado expressamente isso). Confira aqui a diferença entre as canções e a versão do próprio Dixon.
Dazed And Confused. Atordoado e confuso, é assim que me sinto após ouvir essa música que vem como uma pancada para os ouvidos. Essa bela música sempre fora um dos carros-chefe do Led, especialmente em suas apresentações ao vivo que costumavam chegar a mais de 20 minutos com um belo solo de Page e com Plant sempre o ajudando. Eis um vídeo do show realizado pela banda em 1976 no Madison Square Garden em Nova Iorque (cujo título da filmagem ganhou o nome de The Song Remains The Same). Esse solo tem apenas uma curiosidade que é a marca registrada de Page. Ele toca sua Gibson Les Paul com um arco de tocar violino (por mais original que isso pareça, Jimmy vira alguém fazendo isso em algum que ele fora na Inglaterra)
O álbum continua com Your Time Is Gonna Come que tem uma excelente introdução harmônica com Jones tocando um órgão que culmina com as Plant cantando "Lying, Cheating, Hurting/ It's all you seem to do" e com esse espírito de vingança pelo coração quebrado em milhares de pedaços a música segue.
A música se emenda com Black Mountain Side que é totalmente instrumental e cercada de nuances e camadas sonoras. Tem um espírito que te convida para uma aventura nos campos da Inglaterra. As notas dessa canção são bem construídas e executadas o que gera um contraste com a próxima música que é Communication Breakdown que é bem mais rápida, alta e agitada. Communication é a música que fez com que o Led fosse comparado bastante com o Black Sabbath, especialmente por causa de Paranoid (do álbum homônimo e o segundo da banda) que por sinal fora inspirada na composição do Led, assim como já afirmara Geezer Butler (baixista da banda) em entrevistas.
I Can't Quit You Baby volta para a pegada mais calma em contra composição a Communication, mas ela tem seus ápices de altura, especialmente quando Plant solta a voz para expressar para sua amada que ela não pode abandoná-lo e com Page fazendo a guitarra sofrer.
How Many More Times, última canção do álbum e a mais longa começa com um ritmo envolvente que culmina com a banda fazendo uma espécie de Jam no meio da música com experimentalismo na bateria de Bonham com diversas viradas e um belo solo de Page. Melhor jeito de terminar um álbum.
Ainda tenho muita coisa para falar do Led, mas um post é muito pouco para isso. Mas não posso deixar de citar a grande discussão que gira entorno da banda que é sobre os plágios e músicas não creditadas, pois é sabido que a banda pegou muita coisa emprestada de artistas do Blues e não deu o devido crédito e depois teve que pagar diversas indenizações, só nesse álbum temos três músicas. Prometo em breve escrever mais a fundo sobre essa questão, mas ela demanda bastante estudo. Mas farei assim que possível. Espero que gostem do álbum e do blog. Participe você também. Nos mande sugestões de bandas, críticas e comentários. Até a próxima, gente.
Bom, pra começar sinto que devo iniciar minhas atividades nesse blog com o primeiro CD que me despertou algo mais pela música. Sabe aquele álbum que você sabe todas as letras, as ordens das músicas e consegue cantar todas as músicas de cor? Inclusive foi com essa banda que comecei a aprender inglês e acredito que muitas pessoas da minha geração também. Hoje quero falar sobre uma das principais bandas do, assim chamado, movimento “nu metal”, Linkin Park
O primeiro CD que ouvi da banda, ao contrário de muitos, não foi o aclamado disco de estreia “Hybrid Theory” (2000), mas sim o segundo da banda, “Meteora” (2003), com os singles “Numb” e “Breakin the Habbit” que alavancaram ainda mais o sucesso da banda que já se fortalecia no cenário mundial desde a virada do século. A banda sempre contou com a mesma formação: Chester Bennington (vocal), Mike Shinoda (vocal, rap, guitarra rítmica e piano/teclado), Dave Farrell (baixo), Rob Bourdon (bateria), Brad Delson (guitarra) e Joe Hahn (DJ, fonógrafo e sampler).
Este CD, assim como seu antecessor, tem uma característica marcante: as múltiplas linguagens de estilo. Algo que se tornou marca registrada da banda. O álbum é perfeito pra uma mistura cultura. Tem Rap, gutural, scratches de música eletrônica e letras fortes o bastante para uma juventude carente de letras de impacto que contrastavam com (lembre-se, estamos falando de uma época onde o que era mainstream eram boybands e ícones pop).
Com guitarras pesadas e letras claras e falando quase sempre sobre relacionamentos, a banda consegue conquistar fãs nos primeiros acordes de “Foreword”, que serve de prelúdio para “Don't Stay” e já é possível ver as influências de ritmos de rua e o casamento perfeito das vozes de Chester Bennington (gutural e vozes melódicas) e Mike Shinoda (Rap e resposta nos refrões).
Assim como os scratches, os samplers de Joe Hann servem como base em muitas canções deste CD e trazem o ouvinte ao ambiente da música com facilidade, como podemos observar mais atentamente na intro, já citada, “Foreword”, “Lying From You”, “Figure 09”, “Nobody's Listening” e nos hits “Breaking the Habbit” e “Faint”.
O disco é tão didático que 46 minutos passam diantes dos seus ouvidos e você não percebe. Apesar da mistura de influências, o disco continua o trabalho do álbum de estreia da banda, “Hybrid Theory”. Os dois álbuns juntos, sem dúvida ajudaram a popular o estilo “nu metal” e trazer para o público geral um rock não tão pesado, com elementos que agradavam, algo que se tornou notável quando a banda ganhou o Disco de Diamante, o prêmio mais alto considerado por vendas de discos. Feito este concedido à banda pela venda de 10 milhões de cópias de com seu álbum de estreia, apenas nos Estados Unidos. No mundo todo, o CD ultrapassou a marca de 30 milhões de cópias vendidas.
Boogarins, banda de Goiânia formada em 2012 por Dinho Almeida (vocais e guitarra rítmica), Benke Ferraz (guitarra solo), Raphael Vaz (baixo) e Ynaiã Benthroldo (bateria). A banda começou com um EP intitulado "As Plantas Que Curam" em 2012 pelos amigos de infância Dinho e Benke.
Com o passar das divulgações das músicas da banda que estavam nesse EP, como: Lucifernandis, Erre, entre outras. A gravadora Other Music viu o trabalho dos jovens de Goiânia e decidiu assinar um contrato com eles. Por isso, já em 2013, "As Plantas Que Curam" deixou de ser apenas um sonho dos amigos de infância e passou a ser realidade; concretizando-se em um álbum homônimo com dez músicas. Quatro músicas a mais do que no EP.
Boogarins vem nessa nova leva que o Rock vem passando, especialmente as produções nacionais. Além deles, pode-se citar bandas, como: O Terno, Carne Doce, Banda do Mar, entre outras. Boogarins já havia me conquistado com Lucifernandis e todo o seu jeito psicodélico e progressivo.
Ver uma banda jovem e com essa pegada não mais tão explorada desde o aparecimento do pop é gratificante demais. Obviamente que eles não possuem a pretensão de ser um novo Mutantes, pois os tempos são outros. Mas o trabalho é de excelente qualidade e pode crescer cada vez mais.
Após o lançamento do disco em 2013, banda excursionou pela Europa e EUA em mais de 70 shows e participou de festivais alternativos gringos, como: South By Southwest (Texas, EUA) e Primavera Sound (Barcelona, Espanha). Participou do Lolla aqui no Brasil de 2015 e está como uma das atrações do Levitation (Texas, EUA) em 2016. (Esse festival tem como Headliner, Brian Wilson- ex Beach Boys- tocando o Pet Sounds na íntegra)
No ano que passou, a banda lançou o seu segundo trabalho, "Manual (ou Guia Livre de Dissolução de Sonhos) que inicia com Truques, música instrumental de 44 segundos que serve como uma introdução para Avalanche.
A segunda música começa com um espírito bem progressivo na guitarra, pois a banda não possui teclado. A toada da música é que a modernidade com seus prédios colossais nos tirou o prazer de poder olhar o Sol e nos aprisionou "nesse labirinto de tédio".
Tempo tem a mesma ideia de letra de Avalanche, mas a harmonia ficou deveras interessante, pois a banda soube aproveita o tempo inclusive nos silêncios após cada verso, dando uma marcação mais quadrada na música num aspecto mais macro e mais ralentado nas partes cantadas. A ponte para a segunda parte cantada da música é bem mais solta, leve.
Tempo traz essa ideia de buscar uma vida mais leve, sair das coleiras que nos prendem, viver sem temer e sobre a banda tem um pedido para as pessoas que curtem o som dela no seu sítio eletrônico oficial. A banda quer que as pessoas mandem vídeos com duas temáticas: O mundo dos homens e O seu santuário. Quem sabe você não pode aparecer no novo clipe deles?
6000 dias (Ou Mantra dos 20 anos) é a quarta música desse álbum e como o nome é bem explicativo, mostra o que banda cujos integrantes possuem essa faixa etária pensam e almejam para sua vida e fica nítido no último verso da música que pode servir como um mantra para a vida toda: "Sem saber que o que importa para mim é ser/ Não ter" Mário de Andrade/Selvagem são duas músicas em uma só. Isso fica bem nítido após uma transição de bateria por volta dos dois minutos , onde a música deixa de parecer uma balada e ganha um ar mais salvagem, mais robusto. Passei dias tentando compreender qual a relação do poeta Mário de Andrade do Modernismo Brasileiro com selvagem. Em muitas das minhas elucubrações, comecei a imaginar que fosse uma referência à Macunaíma- obra mais famosa de Andrade- que é a história de um índio (por isso o selvagem) que faz de tudo para se dar bem. Daí comecei a pensar que poderia ter relação ao antropofagismo cultural vigente nessa época e depois revisitado no Tropicalismo. Mas só tenho dúvidas e poucas certezas, quem souber de algo: #AjudaLuciano Falsa Folha de Rosto é a sexta música do disco que carrega uma energia reverberante e contagiante que parece que cabe em um abraço com uma letra bem platônica e que parece boba, mas que carrega muitos sentimentos. Benzin mostra um lado mais onírico da banda que parece que se iniciou na música anterior e retoma a ideia do Sol e que perdemos a chance de não contemplá-lo devidamente. Mostra bem o sentimento de uma pessoa jovem, sonhadora que quer abraçar o mundo, mas tem receio de abandonar aquele "bando que amo aqui". Mas no fundo, no fundo mesmo. Você quer ir ver o Sol e sabe que terá conforto quando voltar. San Lorenzo tem uma pegada bem praiana. Percebe-se muitas influências da Surf Music e dos Beach Boys, especialmente com os sons de gaivotas (ou outros seres alados) bem praianos. Fui procurar no google e ver se San Lorenzo era uma praia também, além de ser o time de futebol argentino pelo qual o Papa Francisco torce. Descobri que tem uma praia em Gijón (Espanha) com esse nome. A referência deve ser de lá então, pois a banda fez uma turnê na Europa e passou pela Espanha inclusive. Cuerdo, Sei lá e Auchma são as três últimas músicas do disco. Suas letras são bem pequenas que mesmo que se juntasse todas, não daria uma música "convencional" inteira. Mas são excelentes músicas para te conduzir para o final dessa viagem que fora esse álbum.
Cuerdo é uma palavra em espanhol e que segundo a tradução do Google, significa sensato. Auchma parece ser uma palavra de origem alemã. Auch significa mesmo, também. Se juntarmos as três últimas músicas em português, fica algo assim: Sensato, sei lá, também. Tem jeito melhor de fechar esse álbum do que com a dúvida?
Pois a juventude é uma eterna dúvida. O que fazer? O que buscar? Será que eu sirvo para isso? Dê o play e vem curtir essa energia. O novo álbum da banda, pode ser escutado em seu site oficial também.
David Eric Grohl, mais conhecido como Dave Grohl, nasceu em 1969 em Warren no Estado de Ohio; EUA. Mesmo com seus 46 anos de idade, Dave parece ser um menino em suas apresentações. Muitos o conhecem pela sua sólida carreira no Foo Fighters.
O que as pessoas pouco sabem é que esse cara movimenta e muito a cena musical! Para quem acha que ele é foda por ter sido membro de duas bandas de sucesso (Nirvana e Foo Fighters) vai ficar surpreso em tantas coisas que ele já colocou a mão no meio musical.
Dave começou a aprender a tocar guitarra com 12 anos, mas depois de um tempo começou a aprender de uma maneira autoditada, o mesmo ele fez com a bateria e outros instrumentos. Quando era jovem, se apaixonou pelo Punk Rock por causa de um verão na casa de uma prima que levou ele e sua irmã para diversos shows de Punk da região.
Após regressar a sua cidade, Dave tocou em diversas bandas de Punk do colégio até que começou como Guitarrista na banda Freaky Baby. Nesse período, começou a estudar bateria e após a saída do baixista; a banda fora repaginada. Dave assumiu as baquetas e mudaram para o nome de Mission Impossible. O Spotify não possui nenhuma canção dessa banda, mas não se preocupem!
Vocês podem ver o jovem Dave mandando ver na bateria nesse show caseiro que aparentemente foi filmado pela mãe dele. Confiram no vídeo a seguir:
Após o término do Mission, Dave não ficou parado e juntou os remanescentes do Mission Impossible e fundaram a Dain Bramage que segue com a pegada Punk Rock, mas com uma sólida bateria cheia de viradas e sessões rítmicas mesmo para um jovem baterista. Novamente, não pude encontrar nenhum material da banda no Spotify. Mas o bom e velho Youtube está recheado de material deles. Segue o primeiro Demo da Banda:
Dain Bramage (Só eu que achei o trocadilho não tão legal assim?) acabou a partir do momento que Dave deixou a banda para tocar na banda Scream (que já era mais conhecida e consolidada no meio musical). Dave participou da gravação do quarto e do quinto álbum da banda.
No More Censorship é o quarto álbum, mas não consta no Spotify do Scream, o quinto álbum- Fumble- está no serviço de streaming e algumas músicas dele estão contidas na nossa playlist, como Gods Look Down que tem Grohl como vocalista. O álbum No More Censorship pode ser conferido a seguir:
Durante uma turnê na Europa que fora cancelada antes mesmo de terminar, Dave estava procurando por emprego e contatou um amigo, Buzz Osborne da banda Melvins, que passou o telefone de Cobain e Novoselic.
Dave foi chamado para uma audição e conseguiu a vaga. Com isso, Grohl acabara de entrar para o Nirvana. Em 1991, Nirvana lança o seu álbum mais famoso (aquele da capa do bebê pelado na piscina) o Nevermind e com um dos maiores sucessos da banda nele: Smells Like Teen Spirit (única música do álbum que tem autoria dividida por Cobain com Novoselic e Grohl.
Antes do lançamento do In Utero (1993), terceiro álbum do Nirvana e o segundo com Dave Grohl, Dave lançou uma cassete com o pseudônimo de Late! cujo o nome do trabalho é Pocketwatch. Tal trabalho não tem no spotify, mas pode ser conferido a seguir:
Com a partida de Cobain para outro plano austral em 94, Dave estava perdido e sem chão e decidiu gravar sozinho um disco, onde ele toca todos os instrumentos. Ele decidiu guardar esse material e fez uma breve turnê com Tom Petty and The Heartbreakers, tocando inclusive no programa SNL- Saturday Night Live. Tom o convidou para fazer parte da sua banda, mas Grohl queria dar novos passos e ter sua própria banda. Assim iria surgir o Foo Fighters em 1995.
Dave já começara a participar das produções de seus amigos e de outras bandas já na época de Nirvana, onde participou do EP do Melvins, banda de Buzz Osborne (aquele que arranjara emprego para Dave no Nirvana) em 1992, cuja a primeira música começa apenas com a bateria e já demonstra a sua verdadeira intenção.
O primeiro disco com aparição de Grohl pós fim do Nirvana fora o Ball-Hog or Tugboat em 1994 de Mike Watt e uma grande time do grunge, como Eddie Vedder (Pearl Jam), Pat Smears (Nirvana) entre outros muitos músicos.
Além do Foo Fighters, ele fez parte de diversos grupos, como: Harlingtox Angel Divine, Tenacious D (banda de Jack Black), Queens Of The Stone Age, Probot (Com Lemmy Killmaster, Max Cavalera e muitas outras pessoas) e Them Crooked Vultures (Com Josh Homme- QOTSA- e John Paul Jones, sim! Pasmem! O baixista do Led Zeppelin).
Sem contar as inúmeras participações em diversos discos de diferentes estilos musicais, desde Heavy Metal até Rap com Puff Daddy. Dave tem participações de uma música em alguns álbuns, outros ele toca no álbum todo, outros ele produz as músicas...
Esse é Dave Grohl, multi instrumentista que gosta tanto de música que não se contenta apenas com o som de suas bandas. Espero que tenham gostado, algumas músicas não entraram devido ao fato de não ter no Spotify. Caso queira sugerir algum artista para "conexões musicais", entre em contato. Dê o play e se divirta. Até a próxima!
Tame Impala, banda australiana (Para quem acha que o AC/DC é a única banda de lá que presta, receba) formada em 2007 por Kevin Parker (guitarra e vocais); Jay Watson (sintetizador, vocais e guitarra); Dominic Simper (guitarra e vocais); Cam Avery (baixo, vocais) e Julien Barbagallo (bateria e vocais).
Essa banda será uma das atrações do Lollapalooza do Brasil em 2016 e lançou um álbum novo no ano passado (2015). Devido a esses dois fatos recentes, a hype com relação à banda (ifelicidade b minha parte que fui conhecê-la esse ano após tais fatos) aumentou consideravelmente.
A banda possui três álbuns de estúdio Innerspeak (2010); Lonerism (2012) e Currents (2015). A banda tem três álbuns, por que não mostrar o primeiro? Simples, jovem: Foi o primeiro álbum que ouvi da banda e na minha opinião foi um dos melhores desse ano que passou. Sem contar que ganhei o CD desse disco de amigo oculto de uma pessoa muito querida. Por isso, nada melhor que começar este blog com essa banda e nesse clima.
Se eu pudesse definir esse álbum em uma palavra, seria: dançante. Mas uma palavra é muito pouco para explicar essas explosão sonora que ocorre nesse álbum. Lisérgico, seria outra palavra que caberia nesse trabalho. Porém, Tame Impala desconectado desse estilo não seria Tame Impala.
Minha primeira impressão ao ouvir esse álbum que abre com a música Let It Happen, que é apenas a maior música desse álbum com 7 minutos e 46 segundos, essa música tocaria facilmente em baladas underground de deep house e prog eletrônico. Ela é um convite para que você "Deixe Acontecer" esse disco cheio de surpresas e forças que embalam os cosmos deste trabalho. Let It Happen mesmo sendo melancólica e depressiva tem uma pegada tão dançante que a única vontade que se tem é balançar a cabeça e deixar a vibe te levar nessa viagem (em todos sentidos) sonora. A primeira vez que ouvi esse álbum tive uma impressão que o streaming estava falhando justamente na ponte, como se o disco estivesse travando ou riscado. Essa parte é proposital e tão bem feita que todas as vezes eu me mexo para verificar se está tudo bem com o som. Nangs, a segunda música como forma de suavizar para os ouvidos não acostumados com músicas longas é curtinha e tem como efeito de um mantra ao repetir a mesma frase "But is there something more than that?" The Moment é a terceira música e volta aquele sentimento não expressado na primeira música de tenho algo a dizer para a pessoa amada, mas não consigo.Porém o eu lírico começa a perceber que está tudo acabado e que a tempestade está se aproximando cada vez mais. O progressivo envolvente desse álbum se torna mais cadenciado e mais crescente, respondendo em alto bom som a pergunta de Nangs; "Mas tem algo mais além daquilo?"Claro que tem mais! Nem começamos essa viagem direito. Yes, I'm Changing tem tudo a ver com o que o Kevin Parker vem passando (término de relacionamento e a mudança no estilo da banda).
"Yes I'm changing, yes I'm gone
Yes I'm older, yes I'm moving on
And if you don't think it's a crime you can come along, with me"
Nessa parte da música, fica nítido que os versos podem se aplicar tanto na questão de relacionamento quanto musicalemente. Por mais que a canção tenha uma toada emotiva com relação ao amor, percebe-se que a música tem uma guinada para o desconhecido, pois é isso que acontece após um término (ou um novo álbum): um mergulho para onde as vozes te chamam, assim como Parker termina essa bela canção. Eventually, quinta música, é sobre como o tempo cura as coisas e como a felicidade virá mesmo sabendo que tempos difícies virão. Pois términos são complicados e um sentimento que reside no fundo é que:
"Wish I could turn you back into a stranger
Cause if I was never in your life, you wouldn't have to change this"
Ou seja, por mais que não haja mais sentimento na relação, sempre fica aquele desconforto ao estar em situações com a outra pessoa e tudo o que mais se deseja naquele momento é que ambos não se conheçam para que não precisem passar por isso.
Gossip é instrumental bem curtinha que parece uma ponte para unir Eventually e The Less I Know The Better (Sétima canção). Pois, após a separação, ambos estão perdidos, mas eventualmente serão felizes. A fofoca (Gossip em inglês) vem rumando por aí, informações desconexas, histórias aumentadas, até que...
"Someone said they live together
I ran out the door to get her
She was holding hands with Trevor"
A fofoca vira realidade e você a vê segurando as mãos de Trevor e quanto menos você souber, melhor será e o Eu Lírico (que parece Parker narrando uma história de separação, a dele mesmo) recomenda que você siga em frente e procure sua felicidade e deveria tentar a sorte com Heather (acredito que as escolhas de nomes sejam devido à sonoridade e rima). Porém fica nítido que avistá-la com outra pessoa e saber dela o faz mal, o faz sofrer, traz tudo de volta e cria no fundo uma vaga esperança de que um dia, tudo pode dar certo. Pode demorar, mas vai chegar e tudo o que você quer é não esperar para sempre.
The Less I Know The Better fora uma música que me encantara antes mesmo de ouví-la, só de ler o nome, já senti uma conexão, por mais boba que seja... Costumava dizer por aí que "quanto mais eu sei, menos eu quero saber"; seja academicamente, sobre as pessoas, sobre o universo e tudo o mais. Portanto como não se apaixonar por uma música que traga justamente essa ideia.
Mesmo o álbum tendo sido lançado em Julho de 2015, a banda lançou o videoclipe dessa música há um mês atrás no YouTube sem deixar o lado lisérgico (colorido), mas trazendo a novidade dançante.
Past Life, oitava música, é uma continuação da saga do nosso eu lírico em busca de sua felicidade e já habituado em sua nova rotina. Eis que após pegar umas roupas da lavanderia, encontra aquele olhar no retrovisor, aquele olhar de uma vida passada tudo isso ao som de rock futurista da década de oitenta, vozes moduladas com aspecto robótico, mostrando uma nova realidade. Os tempos passaram, o futuro chegou. Você achava que estava superado, mas na verdade você está no modo de espera, até que alguém com um controle remoto possa te ligar novamente, trazendo todas aquelas imagens de uma vida passada. Você quer ligar, mas não sabe mais se o número dela é o mesmo. Você decide ligar (Por que não, né?), o refrão crescente e envolvente traz a atmosfera da espera, da angústia, até que...
Disciples mostra o lado inseguro e stalker de uma pessoa que pega o caminho mais longo apenas para passar por sua porta e esperar para saber se está bem. Percebe-se que está bem e seguindo sua vida, mas você ainda guarda coisas no seu âmago, quer falar coisas, aquelas coisas que só conseguia dizer para ela.
'Cause I'm a Man parece ser aquele momento que você deixa de lamúrias e passa a pensar mais sobre você mesmo e o que pode ter ocasionado aquele turbilhão de coisas, de brigas, de desentendimentos. Você chega à conclusão de que você é patético, mas a única resposta que consegue dar para o mundo é que por ser homem, tudo isso se desencadeia. Porém você percebe no meio desse devaneio todo que é apenas humano, demasiadamente humano....
Reallity In Motion vem com a mesma toada do álbum em uma espécie de balada etérea, inebriante dessa saga em busca de auto aceitação e percepção do mundo sozinho ou acompanhado. Você consegue ver a realidade se mexendo, avançando e o seu coração dando voltas circulares. Tudo o que deseja é sentir os braços dela, mesmo com dúvidas.
Love/Paranoia é um pedido de desculpas de fato expressado pela linha tênue do amor e da paranoia, onde ambos podem se confundir: seja por medo, receio e afins. Você percebe que a pessoa sempre esteve lá quando e porque você precisava:
"The time we were by the ocean
I didn't care if it was day or night
We were right where I wanted
Girl I'm sorry, babe I'm really really sorry"
Para finalizar essa viagem New Person, Same Old Mistakes traz um fim apoteótico para tanta melancolia dançante, onde você mudou tanto nesse caminho que está trilhando e consegue se ver feliz mesmo cometendo os mesmos velhos erros e durante 6 minutos (o trabalho começa e termina com as maiores canções do mesmo), você percebe que a viagem do álbum e o vôo relatado na música são apenas metáforas para você conseguir passar por esse momento. No caso, você pode decidir seguir a sua viagem como fora para Parker, mas você pode decidir pousar sua aeronave antes de decolar e fazer as coisas da maneira certa. Ambas as escolhas podem ser bem sucedidas, só depende do que você quer.
Com esse clima, Tame Impala se despede desse trabalho e que novos ventos tragam boas novas para eles. Como postei o álbum mais recente deles, algumas pessoas podem estar perdidas em algumas coisas aqui ditas. O artigo "Os Tame Impala perderam a vergonha" de um site português pode te ajudar a entender mais a aura da banda, assim como o fez para mim.
Dê o play e entre nessa viagem!
Caso não tenha Spotify, segue o álbum completo no YouTube
Olá! Como vai você?
Primeiramente, feliz ano novo!
Ano novo, blog novo:
Para quem não sabe, estamos iniciando esse blog como uma tentativa, que esperamos seguir fielmente, de discutir sobre música e aprender mais sobre música. A ideia inicial é publicar reviews de álbuns (Pois com toda a cultura de massa e de consumo, as pessoas perderam o hábito de escutar discos inteiros) de diferentes vertentes musicais.
Obviamente, que o blog terá a nossa cara e gosto musical. Mas você é muito/a mais do que bem vinda/o a participar e construir esse espaço. Seja nos comentários, seja por e-mail, seja por sinal de fumaça. Aceitamos recomendações.
A nossa ideia é fazer seis reviews por semana. Com obras nacionais e internacionais. Como nossa equipe é pequena ainda, não podemos ampliar o número de postagem por semana, mas quem sabe num futuro próximo.
Para quem não sabe, uma pessoa de nossa equipe tinha um blog chamado Stereo'n'roll que fazia reviews de álbuns e os disponibilizavam para download. Como a internet mudou bastante em 4 anos e o consumo musical se diversificou bastante. Vamos utilizar os serviços de streaming, como o spotify, soundcloud e também o bom e velho YouTube que possui inúmeros álbuns em seu acervo.
Além disso, pensamos em termos uma coluna semanal com uma proposta interessante. Que é a de se fazer uma playlist sobre determinado/a artista: cantor/a; compositor/a; guitarrista e etc. Ligando as músicas entre si em conjunto com uma breve biografia da pessoa. A essa coluna, demos o nome de conexões musicais.
A outra proposta que é um pouco mais ousada é de publicar mensalmente entrevistas com bandas autorais e independentes do DF e do RJ (nossa proposta não é exclusiva para essas cidades, à medida que o projeto cresça, novas cidades serão adicionadas)
As nossas postagens ocorrerão diariamente sempre às 18 horas.
Conheça as pessoas que fazem parte dessa nave louca, chamada BBB desse projeto:
Valquíria Borges: Advogada, 23 anos (quase 24, dia 07/01 #FikDik HAHAHAH) me aventurando e desbravando esse mundão de meu Deus, nesse mundo Blogger e em especial da música eletrônica que é a minha paixão!
Gustavo Cuia: Formado em Química pela Universidade de Brasília, ávido ouvinte de música, questionador, utópico e que tem um simples objetivo de ouvir todas as músicas que existem no mundo, mas se contenta com 80% desse feito.
PH Oliveira: Jornalista, otimista e massagiERROR. Viciado em música desde que ouvi meu primeiro CD (Xuxa Só Para Baixinhos Remix Explosion Gold Edition). Clear eyes, full hearts: can't lose.