sábado, 30 de janeiro de 2016

Supercombo- Amianto


    Supercombo é uma banda nacional que surgiu em 2007 no Espírito Santo, mas que se consolidou em São Paulo. Como o nome sugere, a banda é uma miscelânea de estilos musicais do Rock. Tem pegadas Stoner, Eletrônico, um pouco de Hardcore entre outras coisas.
    A banda atualmente é composta por Leonardo Ramos (Vocal e guitarra); Pedro Ramos (Guitarra); Carol Navarro (Baixo); Paulo Vaz (Teclado) e Raul de Paula (Bateria) e está no seu terceiro disco. Amianto é um álbum de 2013.
    Supercombo estará no Lollapalooza desse ano e tocará no sábado dia 12. Ainda não saíram os horários de cada show. Mas possivelmente será de dia ainda, pois o evento tem o péssimo hábito de colocar as bandas nacionais nos horários mais cedo e vazios do festival. Tanto é que o Lobão foi chamado para tocar no festival e ficou revoltado com o horário e propôs um boicote ao evento por não valorizar as bandas nacionais. (Acho que essa foi a primeira vez que concordei com alguma crítica do Lobão nos últimos dez anos ou mais)
    Supercombo participou do programa Superstar da Rede Globo na segunda temporada e ficou no Top12 do programa. Eu particularmente aprecio mais o som do Supercombo do que o do Scalene, mas opinião é que nem braço... Ainda não consegui decidir se gosto ou não do som deles. Tem músicas que me cativaram totalmente, mas outras não conseguem prender minha atenção. Possivelmente são as com uma pegada mais comercial.
    Escutei os três trabalhos da banda e escolhi o álbum mais recente por achar o som mais maduro e diferentão, mas o primeiro álbum (Festa?) é um disco bem bacana também. Acho que preciso ouvir a banda algumas vezes mais para afinar o meu gosto.
    A banda costuma ter letras otimistas, mas sabem fazer músicas melancólicas.O disco começa com Matagal que retrata um começo ao narrar um simples fato de acordar e levantar da cama e a nostalgia de ser criança sem responsabilidades. A canção é a menor do álbum e finaliza com um belo teclado ao fundo.
    Campo de Força retrata um caso de amor meio platônico, idealizado e inatingível. Tem uma pegada um pouco comercial e dialoga com o público mais jovem. A música tem uma vontade de ser Rock, mas fica faltando um pouco mais de atitude. De gritar aquele FODA-SE bem alto, sem se importar com as consequências...
    Piloto Automático tem um refrão cativante e uma temática reflexiva interessante ao nos mostrar que temos que sorrir mais e celebrar a nossa vida e parar de reclamar das coisas e simplesmente viver. A banda consegue fazer com que a harmonia ande junto com a letra e a sensação que você tem é que a melodia vai te carregando ao longo desses 3 minutos.
    Menino é uma boa retratação da vida moderna, cosmopolita da cidade grande em contra composição da vida do campo. Nessa toada de Fugere Urben bem arcadista que essa canção traz situações como a poluição e o esgoto em frente ao céu limpo do campo e dos riachos para banho do campo.
    Sol da Manhã é otimista também e possui um refrão bem marcante e repetitivo. Gosto bastante da ponte que tem para o refrão. A música é calma e delicada de uma maneira bem medida e sabe aproveitar seus crescendos.
    O Peso da Cruz é uma pequena mostra de que o som da banda pode ser melancólico e sofrido, mas ainda tem aquele quê otimista e dançante que o disco vem mostrando. No final da música tem uma parte dissonante que é bastante interessante entre a guitarra e o resto do som, mostrando um pouco mais de atitude e experimentalismo.
    Ela é uma música que mostra bastante como a banda gosta de brincar com seus refrões e mudar as palavras de cada refrão, assim como fazem em outras canções. Essa composição tem uma pegada um pouco mais Rock, mas eu sinto falta de explosão, sei lá... (Ou será que estou sendo chato demais e não estou conseguindo avaliar direito?)
    A oitava canção é Fundo do Mar é bem mais ralentada e devagar. Tem um quê de experimental e uma bateria muito bem construída com um excelente bumbo, sessões ritímicas bem marcadas e boas viradas. O vocal também está bem cru e interessante.
    Soldadinho começa com um teclado bem bacana e uma bateria bem contagiante e versa sobre a infância e sua simplicidade. Das brincadeiras, das junkies foods, da nostalgia de ser uma criança. Memorial é a décima canção do disco e também tem temática nostálgica de se ver o tempo passando e a vontade de voltar para o passado. Gosto bastante do vocal dessa música devido às quebras na música. A voz está bem doce e tenra.
    Autonomia versa sobre a luta para não se deixar abalar com as mazelas do mundo. É um grito de liberdade para nossa mente que tem toda a autonomia do mundo, mas que precisa ser colocada no chão de vez em quando. O álbum tem uma guinada de otimista para intimista/melancólico desde Fundo do Mar que chega ao seu ápice em Amianto.
    Amianto é, na minha humilde opinião, a melhor música do disco. Com uma letra profunda, densa, tensa; a banda nos transporta para a melancolia já em seu começo com a voz e o piano. A letra versa sobre uma moça que quer se matar e o Eu Lírico tenta evitar ao abordar questões da vida e compara a vida e a morte com a mãe e o pai respectivamente. Gosto bastante do clima de tensão que a banda cria antes do verso "Que a vida é como mãe..." ao utilizar o silêncio. O verso do pai é bastante bonito também e sombrio. Com isso, este trabalho se encerra bem diferente do jeito que começou; com uma lição de que "Mas tudo bem, nem sempre estamos na melhor".
    Espero que gostem do som e para quem deseja ir ao Lolla, acho que vale a pena conferir o show deles para saber como são ao vivo. Até amanhã com mais um conexões musicais.   
       

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